Global Journal of Human Social Science, D: History, Archaeology and Anthroplogy, Volume 23 Issue 2

heróis”. Dessa forma, pretendemos explicitar com o exemplo da emancipação da Bahia que no território brasileiro existiram relutâncias de determinados grupos lusos em aceitar a permanência de D. Pedro I e a consequente separação de Portugal. No entanto, é preciso dizer que essa emancipação da Coroa lusa não foi inevitável, ou seja, não foi um simples resultado de uma crise estrutural do Antigo Regime (MALERBA, 2006, p.307; RIBEIRO, 1997, p.14). O exemplo da província baiana demonstra claramente que o povo brasileiro não era um mero espectador atônito do processo de independência como comumente se vê no famoso e difundido quadro de Pedro Américo “Independência ou Morte” (MALERBA, 2006, p.307). Nessa perspectiva, o caso baiano revela que homens e mulheres livres ou escravizados tiveram atuação intensa nas guerras pela libertação da Bahia, mostrando assim que os populares não estavam alheios às questões políticas da época. Os números dos conflitos na Bahia ainda não são exatos mas de acordo com Silva temos cerca de 750 mortos e 280 feridos do lado dos patriotas, um número aproximado de 2.500 feridos, 700 mortos e 300 capturados do lado português (2017, p.71). Diante disso, Pimenta indica uma questão muito interessante que é a do mito da pacificidade dos brasileiros que se faz presente até hodiernamente e isso acarreta uma série de impressões errôneas acerca da história nacional inclusive a do processo de independência, como o historiador fala “a violência é constitutiva da independência e por consequência da história do Brasil também” (2020). R eferências B ibliográficas 1. FERRAZ, Brenno. A guerra da independência da Bahia. São Paulo: Monteiro Lobato e Cia, 1923. 2. KRAAY, Hendrik. "Em outra coisa não falavam os pardos, cabras, e crioulos”: o "recrutamento" de escravos na guerra da independência na Bahia. Revista Brasileira de História, [S.L.], v. 22, n. 43, p. 109-126, 2002. FapUNIFESP (SciELO). http://dx. doi.org/10.1590/s0102-01882002000100007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-018820020001000 07&lng=pt&tlng=pt. 3. KRAAY, Hendrik. Livres como o país: Na Bahia, escravos se juntaram às tropas com a esperança de ganhar a liberdade. Revista de História da Biblioteca Nacional: A guerra da Independência, n. 48, set.2009. Disponível em: https://web.archive . org/web/20160415125146 /http://rhbn.com.br/secao /capa/livres-como-o-pais. 4. KRAAY, Hendrik. A Independência delas: Na Bahia, a luta pela emancipação do Brasil mudou a vida de muitas mulheres, dentro e fora do campo de batalha. Revista de História da Biblioteca Nacional: Mulheres em conflitos, n.117, jun.2015. Disponível em: https://web.archive.org/web/20160416034542/ http://rhbn.com.br/secao/capa/a-independencia- delas. 5. LOPES, Gabriella Assumpção da Silva; SILVA, Marcela de Oliveira Santos. "Heroínas bahianas”: personagens femininas nas comemorações do centenário da independência da Bahia. In : DEMOCRACIAS E DITADURAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO XII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA SEÇÃO MATO GROSSO DO SUL, 12, 2014, Aquidauana. Anais eletrônicos … Aquidauana: 2014. p.1-10. Disponível em: http://www.encontro2010.rj.anpuh. org/resources/anais/38/1412131987_ARQUIVO_Her oinasBahianas(1).pdf . 6. MALERBA, Jurandir (Org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 7. MARINHO, Simone Ramos. Joana Angélica. Revista Virtual Resgate da Memória: Dois de Julho, Salvador, ano 1, n. 2, p. 9-10, Jul. 2014. Disponível em: http://200.187.16.144:8080/jspui/bitstream/bv2 julho/842/1/RM_n02_Joana%20Ang%C3%A9lica.pdf 8. MOREIRA, Neuracy Maria de Azevedo. Maria Quitéria. Revista Virtual Resgate da Memória: Dois de Julho, Salvador, ano 1, n. 2, p. 34-36, Jul. 2014. Disponível em: http://200.187.16.144:8080/jspui/bits tream/bv2julho/840/1/RM_n02_Maria%20Quit%C3% A9ria.pdf. 9. MORGADO, Sérgio Roberto D. Os combates de Pirajá e Itaparica. In: FUNDAÇÃO PEDRO CALMON. 2 de Julho: a Bahia na independência nacional. Salvador, BA: Fundação Pedro Calmon, s.d. p. 62-79. 10. ORIÁ, Ricardo. O que é que a Bahia tem? In : BRASIL. Câmara dos Deputados. Dois de Julho: a independência do Brasil na Bahia. Brasília, DF: Centro Cultural da Câmara dos Deputados, 2015. (Série Histórias Não Contadas, Caderno 2) 11. PIMENTA, João Paulo Garrido. A independência do Brasil como uma revolução: história e atualidade de um tema clássico. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 2, n. 03, p. 53-82, 2009. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/a rticle/view/69. 12. PIMENTA, João Paulo. Independência do Brasil e seus legados. Youtube, 29 de mar. 2020 (49 min. 30s.). Disponível em: https://www.youtube.com/wat ch?v=-yWg_7d4bgw&t=1510s . 13. PRADO JR., Caio. Evolução política do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1933. 14. PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1942. 15. PRADO, Maria Ligia Coelho. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2014, p.29-52. Volume XXIII Issue II Version I 16 Global Journal of Human Social Science - Year 2023 © 2023 Global Journals Brazil's Independence and Popular Participation ( )D

RkJQdWJsaXNoZXIy NTg4NDg=