Global Journal of Human Social Science, G: Linguistics and Education, Volume 21 Issue 4
novas, dinâmicas e complexas visões sistêmicas que rompem com o paradigma da simplificação e da especialização. As ampliações dos espaços, em relação aos saberes interdisciplinares, têm permitido aos pesquisadores, docentes e demais sujeitos, que se enveredam por esse paradigma, compreender que os atos interdisciplinares podem ocorrer em diferentes níveis de interação e em diferentes ambientes. Essa é uma das características da interdisciplinaridade, que permite a relativização do posicionamento tradicional e científico característico da disciplinaridade, oportunizando ir além dos formatos disciplinares, abrindo, assim, caminhos para o diálogo e para a colaboração, promovendo olhares científicos diversificados sobre uma mesma realidade, um mesmo problema ou um mesmo objeto. Vale salientar que a interdisciplinaridade não busca apenas superar as fronteiras disciplinares por meio da busca de conexões entre os conhecimentos disciplinares existentes; ela também concebe novos instrumentos de investigação, novas linguagens, novos métodos, novos saberes. Por esse motivo, a prática da interdisciplinaridade facilita a ampliação da capacidade de crítica e de reflexão, criando condições para a abertura e para a inovação. A interdisciplinaridade também é, acima de qualquer coisa, uma atitude, uma prática que requer, dos sujeitos interdisciplinares, constantes buscas pela inovação nas formas de produção de conhecimento, vigentes na contemporaneidade. Ela é uma práxis pedagógica, científica e filosófica que é alcançada pela aproximação dos sujeitos em relação aos problemas complexos e às realidades, cada vez mais distantes de serem pensadas isoladamente. Nela não se trata apenas de uma aproximação, mas, sobretudo, do desejo de aventurar-se, de inovar, de sair do lugar comum e mergulhar na aventura do desconhecido, do novo, do múltiplo, do permissível modo de compreender e conceber as novas realidades. A interdisciplinaridade configura-se, portanto, num ambiente de complexidade, de múltiplas possibilidades de realizações, seja do ponto de vista teórico ou prático, do trabalho em equipe ou da atitude individual do sujeito diante da complexidade do pensamento, do ser humano, da natureza e do mundo contemporâneo. Compreendemos, enfim, que, no que se refere à interdisciplinaridade, existe uma profícua diversidade de concepções teóricas prontas para alimentar o nosso espírito. Essa diversidade permite, à interdisciplinaridade e ao docente, uma gama de possibilidades de práticas, que contribuem também para a expansão das teorias, pois, assim como a teoria possibilita a ampliação da prática, a prática, por sua vez, produz a ampliação da teoria. Isso é fundamental para o trabalho que está sendo desenvolvido pelas várias universidades públicas brasileiras, por meio dos Bacharelados Interdisciplinares, uma vez que, nos BI, há uma forte tendência em trazer para o diálogo e para a reflexão as muitas concepções para que, a partir delas, sejam elaborados novos caminhos para a construção dos saberes por meio de múltiplas práticas. É importante que novos estudos empíricos sobre o tema sejam realizados em outros cursos e instituições do país, de modo a termos um panorama mais rico das práticas interdisciplinares na educação superior, na perspectiva de que isso pode contribuir, de forma mais ampla, para o debate conceitual acerca da interdisciplinaridade e suas práticas. R eferences R éférences R eferencias 1. ALMEIDA FILHO, Naomar. Universidade Nova: textos críticos e esperançosos. Brasília: UnB; Salvador: EDUFBA, 2007. 2. . Bacharelado Interdisciplinar em Saúde: revolução na educação superior no campo da saúde? In: TEIXEIRA, C. F.; COELHO, M. T. A. D. (Org). Uma experiência inovadora no ensino superior: bacharelado interdisciplinar em saúde. Salvador: EDUFBA, 2014. p. 11-22. 3. ALVARENGA, Augusta Thereza de; ALVARES, Aparecida Magali de Souza; SOMMERMAN, Américo; PHILIPPI JR, Arlindo. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade nas tramas da complexidade e desafios dos processos investigativos. In: Arlindo Philippi Jr. e Valdir Fernandes (editores). Práticas da interdisciplinaridade no ensino e pesquisa. Barueri, SP: Manole, 2015. p. 37-89. 4. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reta e Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2016. 5. BAUER, Martin; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 2ª ed. Tradução de Pedrinho A. Guaresch. Petrópoles, RJ: Vozes, 2002. 6. BRASIL. Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI. Diário Oficial, Brasília, DF, 24 abr. 2007. Seção x, p. 7. 7. BRASSLER, Mirjam; DETTMERS, Jan. How to Enhance Interdisciplinary Competence— Interdisciplinary Problem-Based Learning versus Interdisciplinary Project-Based Learning. Interdisciplinary Journal of Problem-Based Learning, v.11, n.2, 2017. Disponível em: https://doi.org/10. 7771/1541-5015.1686. Acesso em 02/05/2020. 8. CAPES. 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