Global Journal of Human Social Science, H: Interdisciplinary, Volume 23 Issue 5
© 2023 Global Journals Volume XXIII Issue V Version I Global Journal of Human Social Science - Year 2023 ( ) H 3 Professional Training in the Amazon and for the Amazon brasileira e núcleo de fundamentos do trabalho social. (CARDOSO et. al., 1997). Segundo as Diretrizes Curriculares da ABESS (1996), o Núcleo de Fundamentos Teórico- Metodológicos da Vida Social objetiva uma compreensão da ontologia do ser social, Quanto ao Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira, destaca-se a análise da O Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional da ABESS (1996) visibiliza Dentre estes núcleos, para afunilar a proposta deste artigo, julgamos pertinente dar destaque ao Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira, sobre o qual ainda há a necessidade de maior produção no interior da profissão. É um núcleo que visibiliza a importância do diálogo acerca das particularidades históricas nacionais e regionais brasileiras adensadas na compreensão do desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Para dar conta de entender a sociedade brasileira, é necessário fazer a interlocução com o contexto internacional, reconhecendo o Brasil como um país de capitalismo dependente, nos termos de Fernandes (1975). Dessa inserção desigual e subordinada resultam processos sociais de expropriação e exploração que geram múltiplas refrações da questão social, entendida como O “Serviço Social brasileiro” foi uma experiência pioneira gestada no bojo do movimento de renovação (conf. NETTO, 2015) para se pensar um formato próprio da profissão a partir da realidade dos países latino- americanos e da formação sócio-histórica brasileira e regional, sem perder de vista a concatenação dos nossos processos sociais com o capitalismo internacional. Mas, esse esforço não se trata de uma tarefa concluída, e sim, de um processo em transitividade. Por isso, a formação profissional em Serviço Social deve ser constantemente submetida à revisão amplamente dialogada, com vistas ao fortalecimento da profissão diante dos ataques que assolam as profissões assalariadas. A formação sócio-histórica brasileira aponta que parte das distinções no cenário nacional também pode ser explicada pelo modo como as regiões ou localidades foram colonizadas e por quem as colonizou. Apesar das características regionais diferentes, há uma unificação com a multidiversidade de povos e culturas que se encontram no território brasileiro, sendo importante incorporar esse debate nas discussões acadêmicas para sintonizar a profissão de Serviço Social à diversidade regional, bem como, com o fenômeno das desigualdades. Iamamoto (2014) sinaliza que os dilemas regionais e nacionais devem ser incorporados como matéria da vida acadêmica, considerando as particularidades históricas nacionais no debate profissional. Compreende-se que a formação acadêmico- profissional deve preparar o assistente social para realizar uma análise crítica da conjuntura da sociedade brasileira, pautada no referencial teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo, dialogando com inquietações e questões que permeiam a realidade social. Atribuir visibilidade às diversidades regionais na formação profissional torna-se ainda mais necessário diante das disparidades existentes desde a colonização do Brasil. Há múltiplos indicadores sociais, econômicos e culturais que apontam as disparidades regionais. No imaginário brasileiro, as regiões “mais atrasadas” localizam-se no Norte e Nordeste do país, já as regiões Sul e Sudeste são consideradas “mais modernas”. A Amazônia brasileira localiza-se, majoritariamente, no Norte do país, tendo em seu desenvolvimento histórico distintas interpretações e narrativas. Conforme analisa Gondim (1994) sobre a invenção da Amazônia, as características sinalizadas para descrevê-la situam-na enquanto paraíso natural, inferno verde, vazio demográfico, população primitiva, fonte de riquezas, região do futuro, pulmão do mundo, dentre outras características que ainda atravessam o imaginário social do povo brasileiro e do cenário internacional. A Região Amazônica chama a atenção do mundo, definida como Amazônia Continental e Amazônia brasileira, a última também conhecida como Amazônia Legal 3 3 Instituída pelo governo de Getúlio Vargas em 1953 para favorecer o progresso brasileiro. , possuem peculiaridades que devem ser bem compreendidas na formação profissional na Amazônia para somar forças ao avanço do Projeto Ético-Político pr o fissional na garantia da luta contra a hegemonia do capital na região. historicamente situado no processo de constituição e desenvolvimento da sociedade burguesa, apreendida em seus elementos de continuidade e ruptura, frente a momentos anteriores do desenvolvimento histórico. (p. 10). constituição econômica, social, política e cultural da sociedade brasileira, na bsua configuração dependente, urbano-industrial, nas diversidades regionais e locais (ABESS, 1996, p. 11), articulada à questão agrária e agrícola, precípua à particularidade histórica nacional. a profissionalização do Serviço Social como uma especialização do trabalho e sua prática como concretização de um processo de trabalho que tem como objeto as múltiplas expressões da questão social (p. 12). o conjunto das desigualdades e lutas sociais [...]. Ela expressa, portanto, uma arena de lutas políticas e culturais na disputa entre projetos societários [...], que trazem o selo das particularidades históricas nacionais (IAMAMOTO, 2008, p. 156).
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