Global Journal of Medical Research, F: Diseases, Volume 22 Issue 4

infecção, dito esse o seu período de incubação. (MELINA MAFRA T. et al, 2011) O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão visando expor aspectos necessários a compreensão da população sobre a manifestação da doença, diagnóstico, tratamento, tipos de profilaxia e a importância da atenção básica. Deste modo pretendendo reduzir a quantidade de pessoas com a doença, assim como a promoção da prevenção da Aids e o HIV, além de uma maior conscientização da população sobre a enfermidade. II. M anifestações da D oença Segundo Veronesi (2015), as mulheres adultas e jovens estão cada vez mais sendo afetadas pela aids, representando 50% das pessoas que vivem com o vírus. Estima-se que haja, atualmente, 660 mil pessoas infectadas com o HIV no Brasil. O HIV é um vírus de RNA de fita simples, que, uma vez em seu hospedeiro, transcreve este material em DNA (transcrição reversa) que se integra ao núcleo celular de suas células-alvo. A replicação viral é a principal característica do retrovírus. O HIV infecta linfócitos e macrófagos que têm em sua superfície o marcador CD4, mas pode infectar outras células, como as dendríticas. A infecção seletiva de linfócitos CD4+, importantes organizadores da resposta imune adaptativa, é o marco fisiopatológico da doença. (VERONESI, 2015) De acordo com Veronesi (2015), a depleção dos linfócitos TCD4+ leva à uma desorganização da resposta imune e aumenta a suscetibilidade de processos infecciosos, principalmente por germes intracelulares como as microbactérias, fungos e parasitas, bem como de processos neoplásicos como o linfoma de células B e o sarcoma de Kaposi. Tão importante quanto a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), decorrente de depleção linfocitária e, geralmente, reativação de infecções latentes (infecções oportunistas), é a doença causada diretamente pelo HIV, pela ativação inflamatória e processos degenerativos, contribuindo com o aumento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares nessa população. (VERONESI, 2015) Segundo Veronesi (2015), a evolução da doença em um indivíduo decorre de como o sistema imune interage com o vírus. Respostas exacerbadas podem se manifestar com doenças oportunistas, ainda na fase aguda, e progressão rápida para aids em poucos anos. Já uma resposta mais modulada pode manter a doença latente por muitos anos. As consequências clínicas da infecção pelo HIV abrangem um espectro que varia da síndrome aguda associada à infecção primária até uma fase assintomática prolongada que culmina na doença avançada. É mais conveniente considerar a doença causada pelo HIV como um processo com a infecção primária e progride em várias fases. A replicação viral ativa e a disfunção imunológica progressiva ocorrem ao longo de todas as fases da evolução da infecção pelo HIV na maioria dos pacientes. (KASPER et al, 2013). a) Infecção aguda pelo HIV Estimativas sugerem que 50 a 70% dos indivíduos infectados pelo HIV apresentam uma síndrome clínica aguda de 3 a 6 semanas depois da infecção primária. Estudos demonstram variáveis graus de gravidade clínica e com isso, sugere-se a soroconversão sintomática que leva o indivíduo a buscar um atendimento médico indica risco mais alto de evolução acelerada da doença, não parece haver qualquer correlação entre o nível da viremia inicial da infecção aguda e a evolução subsequente da doença causada pelo HIV. Segundo Veronesi (2015), o coito anal receptivo é a forma com maior probabilidade de adquirir infecção, pois no canal anal há grande quantidade de células dendríticas e linfócitos. A mais provável alteração acontece com as células dendríticas, por receptores de manose (C-Lectina) que interagem com gp120 (glicoproteína de superfície do HIV), iniciando o processo de entrada viral. A via receptora vaginal é a segunda forma mais frequente de transmissão. A transmissão para o parceiro ativo também é possível, porém depende de vários fatores, como intensidade do ato sexual, microlesões penianas, presença de lesão na mucosa vaginal ou anal, decorrente de trauma da relação ou doença sexualmente transmissível (sífilis, por exemplo). Outras formas de transmissão, como sexo oral, aleitamento materno, uso de drogas injetáveis e hemoderivados contaminados, figuram como formas menos frequentes de transmissão, porém não menos importantes. (VERONESI, 2015) Após duas horas do contato do vírus com uma das mucosas relacionadas (anal, vaginal ou peniana), o HIV atravessa a barreira mucoepitelial protetora e pode entrar em contato com macrófagos teciduais, linfócitos e células dendríticas, estas com a capacidade de apresentar antígenos, carreando o vírus até o grupamento linfoide mais próximo. Esse processo ocorre em até 24 horas após o contato e, como não houve integração do genoma viral com o DNA de uma célula hospedeira, ainda há chance de evitar a infecção. (VERONESI, 2015) De acordo com Veronesi (2015), o vírus é apresentado ao linfócito TCD4+ virgem e entregue ao seu alvo sem ter sido reconhecido pelo sistema imune. Começa então a replicação viral no linfonodo, atingindo toda subpopulação de linfócitos CD4+ presente. Essa é a “fase eclipse”, com duração de 7 a 21 dias, período no qual o RNA viral geralmente não pode ser detectado no plasma do paciente. Com o tráfego celular (cell 10 Year 2022 Global Journal of Medical Research Volume XXII Issue IV Version I ( D ) F © 2022 Global Journals O papel da atenção primária à saúde na prevenção e no estadiamento da AIDS / HIV

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