Global Journal of Medical Research, F: Diseases, Volume 22 Issue 4

traffic king), esses linfócitos carrearão o vírus pelas próximas 2 a 3 semanas a todas as partes do organismo, principalmente os linfócitos do tecido associado a mucosa (MALT) intestinal. No momento de grande viremia, de acordo com Veronesi (2015), surgem os sintomas da infecção aguda: manifestações inespecíficas, como febre, linfadenomegalia generalizada, anorexia, mal-estar ou até mesmo esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia, rash citâneo, plaquetopenia e diarreia, esta que configura como um dos sintomas mais frequentes e muitas vezes leva o paciente à investigação de doença inflamatória intestinal, pois pode vir acompanhada de muco. O diagnóstico de infecção aguda por HIV-1 requer um alto índice de suspeita clínica por médicos de todas as especialidades, uma vez que o quadro clínico varia desde febre ao esclarecimento de manifestações gastrointestinais exuberantes, e o uso correto de testes diagnósticos laboratoriais específicos. O diagnóstico de infecção por HIV deve ser inicialmente avaliado por meio de um teste ELISA (enzime linked immuno sorbent assay) ou ensaio imunoenzimático. Se o teste ELISA for positivo, um teste Western-blot é feito para confirmar que o resultado do teste ELISA é específico para o HIV. Se os testes ELISA e Western- blot forem negativos ou indeterminados e houver suspeita de síndrome retroviral aguda, uma carga viral de HIV-1 deve ser obtida, porém este teste não deve ser utilizado de rotina para diagnóstico, uma vez que podem ocorrer falso-negativos, a depender da quantidade de vírus circulante. Com o limite de detecção cada vez menor pela evolução do teste, futuramente, essa particularidade desaparecerá. O vírus pode ser detectado por reação em cadeia da polimerase (PCR), durante os sete primeiros dias após a infecção, tornando esse teste uma ferramenta útil se uma intervenção terapêutica precoce for necessária. (VERONESI, 2015) Segundo Kasper, a síndrome é típica de uma infecção viral aguda e foi comparada a mononucleose infecciosa aguda. Em geral, os sinais e sintomas persistem por uma a várias semanas e regridem gradativamente à medida que a resposta imune ao HIV se desenvolve e os níveis de viremia plasmática diminuem. Alguns autores relataram infecções oportunistas durante essa fase da infecção, refletindo a imunodeficiência resultante das contagens reduzidas de célula TCD4+ e, provavelmente, também a disfunção dessas células em consequência das anormalidades celulares induzidas pelas proteínas virais e pelas citocinas endógenas. b) Estágio assintomático – latência clínica Embora o intervalo entre a infecção inicial e o início da doença clínica seja amplamente variável, o intervalo médio para os pacientes não tratados é de cerca de 10 anos. Conforme ressaltado antes, a doença causada pelo HIV com replicação viral ativa é contínua e progressiva durante esse período assintomático. A taxa de progressão da doença correlaciona- se diretamente com os níveis de RNA de HIV. Os pacientes com níveis plasmáticos altos de RNA do HIV evoluem para a doença sintomática mais rapidamente que os indivíduos com baixos níveis de RNA do HIV. Alguns indivíduos, designados como pacientes sem progressão da doença em longo prazo, apresentam pouco ou nenhum declínio das contagens de células TCD4+ por intervalos longos. Em geral, esses indivíduos têm níveis extremamente baixos de RNA viral, Sinais e sintomas A infecção aguda pelo HIV-1 apresenta seus sinais e sintomas dentro de alguns dias a semanas após a exposição inicial. Os sinais e sintomas mais comuns incluem febre, fadiga, erupção cutânea que geralmente é maculopapular, mas pode ter apresentações multifacetadas como dor de cabeça, linfadenopatia, faringite, mialgia, artralgia, meningite asséptica, retro – dor orbitária, perda de peso, depressão, desconforto gastrointestinal, suores noturnos e úlceras orais ou genitais. A doença aguda pode durar de alguns dias a mais de 10 semanas, mas a duração geralmente é inferior a 14 dias. (SCHACKER T et al, 1996) Uma avaliação para infecção aguda por HIV-1 deve ser realizada se um paciente apresentar sinais e sintomas que sejam consistentes com o diagnóstico e uma história de exposição a uma pessoa com infecção conhecida ou possível pelo HIV-1. A infecção aguda também deve ser considerada em pessoas que apresentam uma doença sexualmente transmissível. 1. Diagnóstico A doença pode ou não ter expressão clínica logo após a infecção, sendo importante que o profissional saiba conduzir a investigação laboratorial após a suspeita de risco de infecção pelo HIV. É importante o entendimento da dinâmica da variação viral ou seus marcadores e o curso temporal em indivíduos depois da exposição ao HIV. Além disso, é imprescindível reconhecer a diferença entre a janela imunológica e a soroconversão. (Ministério da Saúde, 2010) O diagnóstico de infecção aguda por HIV-1 não pode ser feito com testes sorológicos padrão. Os ensaios de imunoabsorção enzimática recombinante (ELISAs) comumente usados para diagnosticar a infecção pelo HIV-1 estabelecida são geralmente negativos em pessoas que apresentam infecção aguda. Os testes sorológicos primeiro tornam-se positivos aproximadamente 22 a 27 dias após a infecção aguda. 11 Year 2022 Global Journal of Medical Research Volume XXII Issue IV Version I ( D ) F © 2022 Global Journals Os testes rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, com resultados em até 30 minutos, realizados O papel da atenção primária à saúde na prevenção e no estadiamento da AIDS / HIV

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