Global Journal of Medical Research, G: Veterinary Science and Veterinary Medicine, Volume 21 Issue 2
corretamente, continuam a crescer e ficam em contato com seu homólogo do maxilar correspondente quando em repouso, ocasionando fechamento inadequado da boca. Quando a boca não se fecha adequadamente, não há contato e desgaste normal dos incisivos. Causando assim uma má oclusão secundária dos incisivos. O crescimento das coroas dentárias, umas contra as outras, não podendo continuar indefinidamente, pois os músculos e os ligamentos da boca se opõem a isso. Portanto se temos uma pressão anormal das coroas, umas sobre as outras, o que induz sua curvatura anormal, impedido então a direção das coroas, o crescimento dentário continua, apesar de tudo, e induz um crescimento anormal das raízes (Quinton, 2005). Os incisivos superiores se curvam em direção ao interior da cavidade bucal, enquanto os inferiores crescem para frente, a preensão dos alimentos torna-se difícil. O crescimento os incisivos para o interior da boca podem causar lesões doloridas que se infeccionam facilmente. Nos Molares e pré- molares os sintomas são discretos. As pontas lacerantes dos dentes provocam pequenas ulcerações da mucosa oral, que ocasionam desconforto temporário e, por fim, cicatrizam (Quinton, 2005). O coelho acaba diminuindo o consumo de alimentos durante alguns dias e depois volta a se alimentar normalmente quando a lesão cicatriza. À medida que essas pontas de dentes continuam a crescer, o desconforto persiste (Quinton, 2005). A desmineralização da maxila ocasiona perda de consistência do osso alveolar, que contém as raízes dentárias. Estas não encontram mais resistência ao seu crescimento e se desenvolvem anormalmente. Consequências do crescimento anormal das raízes podem causar um grande crescimento em direção ao maxilar, podendo assim ocasionar outros problemas como, protrusão das raízes nos canais lacrimais (ocasionando dacriocistite), nos espaços suborbitárias (induzindo a abscessos em caso de infecção, responsáveis pela exoftalmia), na cortical ventral do osso mandibular (formando bolsas detectáveis à palpação). A dor durante a mastigação, a raiz dentária é forçada de forma dolorida contra o periósteo do osso maxilar e entra em contato com terminações nervosas do ápice dentário, isso resulta em dor quando o coelho mastiga um alimento duro, recusando o consumo de feno e, portanto, agravando a doença dentária. Podendo ter uma ocorrência também de uma infecção como a doença periodontal, frequentemente em coelhos, pode induzir a complicações infecciosas na base das raízes. A perda dos ligamentos periodontais deixa um espaço que pode ser colonizado por patógenos (geralmente bactérias anaeróbicas da microbiota digestiva, como Fusobacterium necrophorutn), causando osteomielite e formação de abscessos. Em função disso, pode se formar grandes tumefações nos maxilares ou provocar exoftalmia (Quinton, 2005). Um ano após a submissão a cirurgia o animal, apresentou uma recidiva, tendo que ser submetido ao mesmo processo cirúrgico de antes. Foi então contatado pela anamnese e os resultados dos exames que por ser tratar de um coelho doméstico ele poderia ter desenvolvido um processo crônico de deficiência de vitamina d, juntamente com problemas já pré-dispostos a raça. Um estudo realizado por Harcourt-Brown e Baker em coelhos de estimação acometidos por distúrbios dentários demonstrou que os animais apresentavam hipocalcemia e concentração sanguínea de paratormônio significativamente maior, em relação aos coelhos de vida livre. A falta de desgaste dentário associada à alimentação pobre em fibras não seria assim, o único fator importante na ocorrência de doença dentária. Os coelhos que vivem em ambiente externo se alimentam de ervas, que os oferecem fonte equilibrada de cálcio e fósforo. Portanto estes animais têm um aproveitamento da luz solar, permitindo a síntese de vitamina D. Embora no coelho a absorção intestinal de cálcio seja possível na ausência de vitamina D, sua presença favorece a absorção do cálcio, em especial quando o teor do mineral na dieta é baixo. Em contrapartida, a vitamina D influencia a mobilização do cálcio intraósseo e o controle da excreção renal de cálcio. A vista disso, a deficiência de vitamina D pode ter papel importante nas instalações de doenças dentárias em coelhos, podendo ser associa a fatores mecânicos, a falta do desgaste dentário, um fator metabólico, a desmineralização dos dentes e dos ossos que os sustentam. As indicações para que o animal possa conviver com este distúrbio e ter uma qualidade de vida, é de eleição de escolher bons alimentos, sempre oferecer uma boa nutrição com verduras e fenos. Foi sugerido ao tutor do animal que vive dentro de casa tomar banhos de sol pela manhã, realizar os desgastes dentários todos os anos, acompanhamento veterinário uma vez ao ano pelo menos e qualquer intercorrência e algum sintoma levar o animal ao veterinário especialista, para que o animal possa vir a ter uma qualidade de vida compatível com a vida. III. M atérias e M étodos As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário clínico, registro fotográfico dos exames de imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão bibliográfica. IV. R esultados e D iscussão As más oclusões dentarias em coelhos costuma ser de aspecto comum, variando muito sobre a alimentação e manejos destes animais. No caso relato, o animal apresentou um hiper crescimento acompanhado de uma recidiva das más oclusões, os coelhos de vida livre costumam se alimenta de ervas que oferecem os nutrientes necessários. Sendo assim Year 2021 Global Journal of Medical Research Volume XXI Issue II Version I ( D ) G © 2021 Global Journals 45 Recurrence of Dental Malocclusion in a Fuzzy Lop Rabbit: A Case Report
RkJQdWJsaXNoZXIy NTg4NDg=