Global Journal of Science Frontier Research, H: Environment & Earth Science, Volume 23 Issue 2
ambiental sugerem a validação da teoria do caos (sistemas dinâmicos complexos) para compreender e quantificar os processos de recuperação ambiental. Consideram conceitos de atratores e padrões de comportamento das comunidades no lugar de focalizar medidas de espécies bióticas individuais. A análise dos componentes principais, embora seja técnica linear, pode ajudar a detectar trajetórias não lineares da recuperação ambiental. Com base na teoria do caos, duas fases na recuperação foram detectadas: uma fase linear inicial com a evolução da comunidade e a consequente redução da área desmatada e uma segunda fase na qual a restauração evolui em resposta a um atrator estranho, e o seu estado final é de difícil previsão, mas representa as circunstâncias necessárias para que o sistema ecológico siga suacomplexa trajetória natural. Entre os vetores que têm gerado significativa degradação ambiental na esfera global estão a mineração, a agricultura, a urbanização e a pecuária. As principais alterações ambientais provocadas pela mineração são a supressão da vegetação, a mudança da superfície topográfica, o impacto visual, a indução de escorregamentos, a destruição da fauna, a aceleração dos processos erosivos, o assoreamento e entulhamentode cursos d'água e a mudança no nível freático, entre outros (GRIFFITH, 1980;BITAR,1997; ZIMMERMANN; TREBIEN, 2001). Os avanços das técnicas de recuperação, conseguidos isoladamente, ainda carecem de modelo ecológico integrador, e, para que esses avanços ainda circunscritos nas várias áreas do conhecimento possam somar esforços, é necessária uma abordagem sistêmica. Considerando a área degradada como um sistema dinâmico complexo, hipersensível às condições iniciais de preparação do terreno, o objetivo deste trabalho foi avaliar os componentes solo, rugosidades (pequenas variações do relevo alternando superfícies côncavas e convexas), vegetação ( Mimosa scabrella , herbáceas e arbustivas), fauna (invertebrados), água e microclima(radiação) no processo de recuperação ambiental em uma área de mineração de argila. II. M aterial e M étodos A área objeto deste estudo situa-se no Município de Doutor Pedrinho, SC, na localidade de Campo Formoso, encravada no Médio Vale do Itajaí, com predomínio de Cambissolos Húmicos Alumínicos (UBERTI, 2005). As coordenadas geográficas da área são: latitude sul (26° 39' 15") e longitude oeste (49° 29' 15"). De acordo com Köppen (1948), o clima é classificado como mesotérmico úmido (Cfb), sem estação seca definida, apresentando temperatura média anual de 19,7 ºC e precipitação total anual entre 1.600 e 1.700 mm (ATLAS DE SANTA CATARINA, 1986). A área é formada por altiplanos sedimentares com vegetação rasteira e fragmentos de Floresta Ombrófila Mista, ladeados inferiormente por escarpas abruptas de arenitos que circundam vales, onde se desenvolvem fragmentos de Floresta Ombrófila Densa (AUMOND, 2007). Os principais componentes de um ecossistema eleitos para o experimento, baseados na literatura (ODUM, 1988; VIVAN, 1998; KHATOUNIAN, 1999; AUMOND, 2003; RICKLEFS, 2010), que integram o modelo de sistema para a recuperação da área degradada,incluem solo, água, vegetação, fauna (invertebrados), microclima e rugosidades do terreno. As rugosidades são pequenas variações do relevo com profundidades variando de 40 a 75 cm e largura de 100 a 500 cm, as quais foram executadas com o auxílio de uma escavadeira hidráulica. Vale salientar que, na mineração, as rugosidades do terreno são consequências da própria explotação mineral e da regularização topográfica com máquinas, que é rotina na mineração e provoca a compactação do solo, com consequente aumento da densidade e diminuição da infiltração da água, retardando a recuperação desse solo. As rugosidades são constituídas por superfícies convexas propícias ao processo erosivo, estando associadas a superfícies côncavas que constituem pequenas depressões que auxiliam na internalização da matéria e energia no próprio sistema. São variáveis do relevo (AUMOND, 2003) que influenciam a água, a vegetação, a fauna e o solo, além de representarem as irregularidades da superfície do terreno, a que Guerra (1999) denominou microtopografias. As rugosidades influenciam o microclima, que é expresso pela radiação, temperatura ambiente, temperatura do solo e umidaderelativa do ar. No diagrama simplificado da Figura 1, estruturado para avaliar a evolução do experimento, estão representados, no nível A, o sistema ambiente (vizinhança) com seus componentes e o sistema degradado com os componentes selecionados, que estão representados no nível B. A organização dos componentes do modelo (Figura 2), representados hierarquicamente no diagramasimplificado (Figura 1), permite o pesquisador deslocar-se de um nível para outro sem perder de vista o conjunto. Os componentes selecionados dispostos em ordem hierárquica, ao serem analisados no nível B, são os subsistemas da área degradada e constituem 1 Year 2023 3 © 2023 Global Journals Global Journal of Science Frontier Research Volume XXIII Issue ersion I VII ( H ) Systemic Approach and use of Models for Rehabilitation of Degraded Areas
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